sábado, 5 de novembro de 2011

Seqüência do Curso de Manejo e Aproveitamento Sustentável do Bambu

Por Ricardo Pereira da Silva

No final de julho deste ano houve o "curso de manejo e aproveitamento sustentável do bambu" na sede de nosso instituto. Nos dias de curso nosso instrutor, Guillermo Gayo do "Takuara Rendá - Centro de Referência de Permacultura" do Paraguai, nos tornou cônscios da premente necessidade de entendermos a relação orgânica estabelecida entre o bio-construtor e o "ser" vegetal, o bambu, isto é, que não se trata de uma relação coisificada, o bambu não é um mero material a ser usado em uma construção.

Nos dias 22, 23 e 24 do referido mês o lado prático, coerente com o andamento orgânico, pari passu resultou na montagem de uma estrutura de vigas recíprocas para cobertura feita de 42 vigas de Tuldoides de 1,30m de comprimento, resultando numa cobertura de 5,50 de diâmetro. Vários participantes aprenderam a dar o nó de Milcíades, que permite amarar com firmeza varas de bambu com fios de poliamida, substituindo com vantagem pregos e parafusos.

Não olvido que o projeto é a consecução da cozinha comunitária e que no final de julho demos andamento, durante o curso, visto ele teve início quando colhemos bambu no dia 27 de maio (quarto dia da minguante). Deste modo, ainda estamos no processo de construção e hoje finalizamos mais mais uma etapa, concluímos o piso constituído de bambu e adaptamos o teto (estrutura de vigas recíprocas) montado nos dias do curso sob a orientação de Guillermo Gayo.

Reiteramos, seguimos os princípios da permacultura e a construção da cozinha começou quando colhemos as varas de bambu mossô, tuldoides e phyllostachys aurea. Hoje encerramos apenas um ponto do processo. Todavia outros nos esperam e a cozinha comunitária sobejamente merece esta designação sobretudo porque sua construção só vem sendo possível justamente por ser realizada de maneira coletiva, por mutirões. Por isso nosso instituto está aberto àqueles que quiserem pensar e agir coletivamente, maximizando o uso de insumos de que dispomos, isto é, o menos dependente possível de materiais convencionais a partir de técnicas da bio-construção que têm como escopo menos impactar o meio ambiente. A seguir fotos da cozinha que temos hoje:


Ricardo, Mario, Oswaldo(da esquerda para a direita) e Eugênio (em pé).