sábado, 25 de junho de 2011

CURSO DE APLICAÇÃO E MANEJO SUSTENTÁVEL DO BAMBU


Dias 22,23 e 24 de julho de 2011

LOCAL: IPD TAIPAL, Bairro dos Ortizes (loteamento Alpes de Piedade) município de Piedade, estado de São Paulo, Brasil.

Instrutores

Bio-arquiteto Guillermo Gayo Coordenador da Fundação Takuara Rendá (Oficina-Escola de tecnologia apropriada para o aproveitamento sustentável do Bambu e centro de referência em Permacultura, Cerro Roque – Sapukai – Paraguai) e a equipe de bio-construtores do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Taipal. Gayo é mundialmente conhecido na área de eco-construção e manejo do bambu.

Conteúdo do Curso

  • Escolha do colmo adequado e colheita de bambu no período apropriado;

  • Métodos para preservação do bambu: orgânica, química, fogo, água;

  • Viveiragem (multiplicação de mudas de bambu);

  • Construção, em mutirão, da cozinha comunitária do IPD Taipal, toda em bambu, de formato hexagonal, em estilo palafita. Serão praticadas técnicas de união, encaixes, fixação, amarração (nó de Milcíades) , estruturas (laje, piso, forro, vigas, colunas, fechamentos e coberturas).

Como chegar ao IPD Taipal:

http://ipdtaipal.blogspot.com/p/como-chegar.html

Os participantes devem se apresentar no IPD TAIPAL com antecedência suficiente para estar presente na abertura às 8:00 da manhã do dia 22 de julho de 2011.;

O alojamento será em um sítio próximo do IPD Taipal que foi alugado e servirá de hospedagem para os participantes do curso. Caso o participante queira se hospedar por conta própria, entrar em contato com o Departamento de Turismo de Piedade no link http://www.piedade.sp.gov.br/capa.asp?IDPagina=639

Serviremos 4 refeições: café da manhã, almoço, café da tarde e Jantar nos dias 22, 23 e 24.

É necessário trazer, lençol, cobertor e travesseiro.

Recomendamos trazer repelente, roupas de frio, lanterna, chinelo, toalha, itens de higiene pessoal e calçados para trilha.

O curso custa R$ 280,00 por pessoa.


Para garantir sua vaga você deve preencher a ficha de inscrição, pagar 50 % do valor do curso (R$ 140,00) até o dia 16 de julho. Efetuar o depósito na conta Banco do Brasil 6630-3 Conta Poupança 13.641-7 Variação 01 (Eugênio Bianchini da Paixão). Atentar à variação 01! A segunda metade será paga no dia 22 de julho.

Ficha de inscrição:http://ipdtaipal.blogspot.com/p/ficha-de-inscricao.html

Após isto remeter comprovante de depósito e ficha de inscrição para o e-mail ipdtaipal@gmail.com


Associados do IPD TAIPAL têm desconto de 30 %.


Curso das 8:00 as 17:00 h os três dias
Carga horária 20 horas com certificado
O participante recebera um DVD com fotos do curso e apostilas sobre bambu.


sábado, 11 de junho de 2011

Primeiros Tijolos ecológicos da Taipal.

Dia 11 de junho de 2011, sábado, ficará na nossa história, porque foi quando colocamos nossa máquina de fazer tijolos de solo-cimento em funcionamento. Foi uma tarefa difícil, porque, por uma razão desconhecida, essa máquina tinha sido montada incorretamente, e não tínhamos um manual para consultar. Foi necessária a perícia de Ednilson A. de Oliveira e Eugênio B. da Paixão e um dispêndio de tempo e energia para desmontar, montar e alinhar.
Nas 3 primeiras fotos aparece o Ednilson ativando a alavanca para prensar três tijolos experimentais.


O material foi preparado na proporção de 8 partes de argila peneirada por 1 parte de cimento, e uma quantidade de água suficiente para umedecer a mistura sem encharcar. Essa mistura é chamada de solo-cimento. Cada tijolo tem o volume aproximado de 2,2 litros.
Na quarta foto tem-se uma visão dos três tijolos quando estavam sendo empurrados para cima para desenformar.

Depois de 3 dias de secagem à sombra, os primeiros tijolos estão bem resistentes e prontos para construir.











Na última foto vemos os tijolos acabados de desenformar. A alavanca fica na horizontal para isso.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Colheita de bambus em maio de 2011

Mais um dia de mutirão no IPDTAIPAL. No dia 27 (quarto dia da minguante) de maio, uma sexta-feira, 7 horas da manhã, na sede do instituto de pesquisas TAIPAL, Eugênio Bianchini da Paixão, Mario Miyojim, Oswaldo Rolim da Silva Junior, Rodrigo Cezar Medeiros Gatto, Sr. Xixo e Ednilson Antonio de Oliveira, estavam presentes para a colheita de bambus. Esses bambus servirão para a construção da nossa cozinha comunitária e do nosso palco para a realização de atividades como reuniões, palestras, cursos de formação, recepção de convidados etc.
Saímos em dois carros para o sítio de propriedade de João Fiusa, doador dos bambus. Ali perto da sede há um bambuzal de Phyllostachys Aurea. Com uns seis ou sete baldes cheios de tanino, fomos rumo ao bambuzal.










O tanino é um polifenol de origem vegetal. A técnica de preservação orgânica do bambu com tanino foi aprendida por Eugênio em curso com o Guilhermo Gayo, dirigente do Takuara Rendá no Paraguai, centro de estudos sobre o bambu (www.takuararenda.org.) Gayo aprendeu essa técnica dos índios do Paraguai. Para produzir o tanino utilizamos cascas e folhas de aroeira pimenteira e cozinhamos com água. Ele inibe o ataque às plantas por herbívoros vertebrados ou invertebrados, como o caruncho (diminuição da palatabilidade, dificuldades na digestão, produção de compostos tóxicos a partir da hidrólise dos taninos) e também por microorganismos patogênicos tais como os fungos (Wikipédia).










O tratamento da vara de bambu após sua coleta é de grande importância para garantir sua durabilidade e para manter afastados insetos e fungos. Essa técnica, ensinada pelo mestre Gayo, chama-se substituição de seiva, em que os bambus são cortados e imediatamente colocados em recipientes com tanino; o colmo de bambu continua fazendo a evapotranspiração (fotossíntese), levando o tanino até o topo do bambu.



Colhemos no dia 57 varas de bambu: 20 do mossô e 37 do tuldoides. As varas ficarão de molho por uns 20 dias ou um mês.
Recolhemos ainda 60 varas de Phyllostachys Aurea em outro sítio. A atividade durou até meio-dia.

Aqui no blog você pode ver algumas fotos do dia da colheita, dos baldes cheios de tanino e adquirir mais informações para a bioconstrução.













Fotos acima, demonstração da maneira correta de cortar colmos de bambu. Evite o "efeito copo", corte acima do entrenó para não apodrecer a base, que por sua vez afasta doenças e fungos na touceira.
Observem a espessura da parede do bambu Tuldoides.


IPD TAIPAL

domingo, 5 de junho de 2011

BOMBA-CARNEIRO DO IPD TAIPAL


No IPD Taipal utiliza-se de uma bomba carneiro para levar a água de uma cisterna primária de 2200 litros, construída pelo método ferro-cimento, à margem do riacho Ortizes. A água chega de uma nascente a cerca de 100 metros de distância. A bomba encontra-se a 3 metros abaixo da saída dessa cisterna, e bombeia a água para uma cisterna secundária, construída a cerca de 18 metros acima.
A foto mostra a bomba em ação, com a válvula metálica esguichando água pouco antes do fechamento brusco.



Visão lateral da válvula de retenção metálica. Ela tem as duas extremidades hexagonais, para apertar com chave inglesa ou grifo. Internamente há roscas de 38 mm (1 ½ in), onde se rosqueiam as luvas redutoras para 32 mm.

Esta é a válvula principal do sistema. Ela se abre e fecha cerca de duas vêzes por segundo. Por este motivo, o desgaste do êmbolo dentro de uma válvula plástica pode ser significativo. Daí, a necessidade de ser uma válvula metálica.


No ramo vertical, parte superior, existe uma garrafa de plástico (pet), que funciona como uma câmara de compressão, para acomodar as perdas de pressão e prover uma vazão mais uniforme da água para a cisterna secundãria.




Aqui se vê o interior da válvula de retenção do topo. O botão do centro tem de ser apertado para abri-la. É sobre este botão que a esfera de plástica mostrada abaixo aplica presssão, para abrir a válvula, quando há uma queda de pressão logo que a válvula se fecha e produz o golpe de aríete. Essa abertura e fechamento, que ocorre em fração de segundo, é que produz o efeito de bombeamento da bomba-carneiro.








No topo da válvula de retenção metálica, colocamos um pedaço de rosca para aumentar a altura do bocal de uns 3 mm e introduzimos uma esfera plástica de 25 mm de diâmetro, que tem a função deapertar a válvula para abertura. Uma cinta de borracha de câmara de ar aplica pressão sobre a esfera, para que a oscilação hidráulica se estabeleça.
Esta esfera foi a melhor solução encontrada para abrir a válvula de retenção automaticamente sob a ação da cinta elástica feita com câmara pneumática reciclada.



Este é o topo da válvula de retenção (escura na foto) destacando-se o pedaço de rosca seccionado para aumentar a altura do bordo para a esfera de acionamento poder se assentar.

Ali dentro encontra-se o botão que permite abrir a válvula e reiniciar a vazão de saída da água.







Desenho da Bomba
A bomba-carneiro tem os diversos componentes montados da seguinte maneira:
Conceitualmente, a bomba é um oscilador hidráulico. A válvula de retenção principal (10) é normalmente fechada. Quando ela é momentâneamente aberta, estabelece-se uma vazão crescente de água; quando essa vazão atinge uma certa intensidade, a mola interrompe a água bruscamente, com um estampido. Esse ato brusco é conhecido como golpe de aríete, em alusão ao golpe que era dado, na idade Média, por uma grande tora com uma cabeça de carneiro metálica na ponta, contra o portão do castelo. Essa arma era chamada de aríete. Quando o golpe de aríete ocorre, a água subitamente não pode continuar a sair; não pode retornar ao tubo por onde veio (da cisterna primária), então força a passagem para a cisterna secundária através de outra válvula de retenção, num jato. Esta segunda válvula, de plástico, impede que a água na mangueira de saída retorne para o ramal principal. Quando a água sobe pelo ramal secundário, a pressão caiu de repente, o que causa a abertura da válvula principal. O ciclo se repete indefinidamente.

Custo do Material Utilizado

Nesta tabela, relacionamos as peças que compõem a bomba-carneiro em questão, com preços na loja de 2008.

No.

Especificação

Quant.

Unitário

Subtotal

1

Abraçadeira metálica para mangueira de Ø ½”

1

R$ 0,55

R$ 0,55

2

Emenda rosca ¾” para mangueira Ø ½”

1

R$ 0,80

R$ 0,80

3

Luva soldável rosca interna de ¾”

1

R$ 1,00

R$ 1,00

4

Tubo de Ø ¾”

6cm



5

Luva Redutora soldavel curta 32 -> 25 mm

1

R$ 0,53

R$ 0,53

7

Derivação T soldavel Ø 32 mm

2

R$ 2,33

R$ 4,66

8

Tubo plástico Ø 32 mm (tubo primário)

2m

R$ 4,80

R$ 9,60

9

Luva de rosca externa 32 mm soldável internamente

2

R$ 1,50

R$ 3,00

10

Válvula de retenção 32 mm de plástico

1

R$ 19,60

R$ 19,60

10a

Válvula de retenção 38 mm (1½”) de latão

1

R$ 59,90

R$ 59,90

11

Cotovelo de 90° Ø 32 mm soldável

1

R$ 2,44

R$ 2,44

12

Luva Redutora rosqueada 38 -> 32 mm

1

R$ 2,66

R$ 2,66

13

Esfera de plástico resiliente de Ø25 mm

1

R$ 0,50

R$ 0,50

14

Tira de borracha de câmara pneumática largura 4 cm Arame recozido ou fio condutor rígido isolado

40cm




Adesivo bisnaga 75 cm3

1

R$ 2,95

R$ 2,95


TOTAL



R$ 107,29


Medidas inglesas confusas nas lojas
Nas lojas de encanamentos, existe o hábito de distorcer o sistema de medidas inglês. Quando falam em Ø 1” (uma polegada) o balconista quer dizer 32 mm, ou seja, 1 ¼”. Mas às vezes está certo, Ø ½” corresponde a 12,7 mm. O importante é que as peças se encaixem uma na outra.
Originalmente, a bomba foi construída com duas válvulas de retenção de plástico. A válvula de retenção metálica principal foi substituída depois, porque as de plástico se desgastam rapidamente. Esta válvula tem o diâmetro declarado de 1 ½”, por isso colocamos uma luva redutora com rosca externa e interna 32 x 38 mm.