
Saímos em dois carros para o sítio de propriedade de João Fiusa, doador dos bambus. Ali perto da sede há um bambuzal de Phyllostachys Aurea. Com uns seis ou sete baldes cheios de tanino, fomos rumo ao bambuzal.

O tanino é um polifenol de origem vegetal. A técnica de preservação orgânica do bambu com tanino foi aprendida por Eugênio em curso com o Guilhermo Gayo, dirigente do Takuara Rendá no Paraguai, centro de estudos sobre o bambu (www.takuararenda.org.) Gayo aprendeu essa técnica dos índios do Paraguai. Para produzir o tanino utilizamos cascas e folhas de aroeira pimenteira e cozinhamos com água. Ele inibe o ataque às plantas por herbívoros vertebrados ou invertebrados, como o caruncho (diminuição da palatabilidade, dificuldades na digestão, produção de compostos tóxicos a partir da hidrólise dos taninos) e também por microorganismos patogênicos tais como os fungos (Wikipédia).


O tratamento da vara de bambu após sua coleta é de grande importância para garantir sua durabilidade e para manter afastados insetos e fungos. Essa técnica, ensinada pelo mestre Gayo, chama-se substituição de seiva, em que os bambus são cortados e imediatamente colocados em recipientes com tanino; o colmo de bambu continua fazendo a evapotranspiração (fotossíntese), levando o tanino até o topo do bambu.

Colhemos no dia 57 varas de bambu: 20 do mossô e 37 do tuldoides. As varas ficarão de molho por uns 20 dias ou um mês.
Recolhemos ainda 60 varas de Phyllostachys Aurea em outro sítio. A atividade durou até meio-dia.
Aqui no blog você pode ver algumas fotos do dia da colheita, dos baldes cheios de tanino e adquirir mais informações para a bioconstrução.


Fotos acima, demonstração da maneira correta de cortar colmos de bambu. Evite o "efeito copo", corte acima do entrenó para não apodrecer a base, que por sua vez afasta doenças e fungos na touceira.
Observem a espessura da parede do bambu Tuldoides.
IPD TAIPAL