terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Oficina de Aproveitamento Sustentável do Bambu – Florianópolis, SC

Parti de São Paulo no dia 10/2/11, quinta-feira, às 23:15 h, pela Catarinense. Cheguei depois das onze a Florianópolis. Ali tive que ir ao serviço de informações turísticas. Fui à plataforma C, a uns 200 metros da rodoviária e peguei o ônibus 221 da companhia Canasvieiras, para o norte da ilha. Chegando ao terminal TISAN, encontrei um ônibus pronto para sair para Ratones. Este deixou-me numa rua de chão. Segui por ali uns 200 metros e encontrei o Instituto Çarakura, marcado por um portão artesanal de bambu. Cheguei ali na hora do almoço. Conheci ali o Ney, a Andrea e algumas outras pessoas que habitam o instituto, entre elas a Karoline, que cuida das inscrições, e a argentina Clara. Reencontrei o Guillermo Gayo, que havíamos, o Eugênio e eu, visitado em Takuara Rendá, no Paraguai. Alguns dos participantes da Oficina já ali se encontravam, como o Luan e o Hércules.

Aproveitamos a tarde vendo o planejamento da oficina, que seria a construção de uma ponte de bambu de uns quatro metros de vão sobre um arroio ao lado da horta Mandala do instituto. Sob a orientação do Sr. Gayo, começou-se a preparar o material. Havia umas seis longas varas de bambu Tuldoides de 6 a 11 metros de comprimento, já colhidas, algumas secas. As quatro varas que seriam as peças verticais tiveram as pontas protegidas com garrafas de plástico encolhidas sob a chama de maçarico. Outras peças mais vitais, e menores, foram inteiramente protegidas com plástico para que não sofram o ataque da umidade e fungos.
A comida ali é saudável e saborosa, preparada na hora certa. À noite tivemos uma palestra do Guillermo Gayo, que mostrou um video MP4 sobre as mulheres na zona rural que gastam 4 horas por dia para transportar 2,5 galões de água para uso doméstico e um video VOB sobre a construção de um quiosque pela técnica do kinyo saedro. Ele falou também de um projeto de construção de um galpão de bambu de mil metros quadrados em dois meses por um grupo de 150 indígenas como exemplo de produtividade conseguida pela união harmoniosa dirigida por uma necessidade imperiosa, sem tecnologia sofisticada. Foi emocionante.

No dia 12 pela manhã, choveu um pouco. Fizemos uma roda de apresentações, onde ficamos conhecendo as biografias resumidas dos componentes do grupo. A maioria eram estudantes de disciplinas ligadas ao meio ambiente e construção alternativa e alguns eram arquitetos voltados para materiais que não são o ferro e o cimento. Depois que houve uma secagem pelo sol, fomos ao local para instalar a estrutura da ponte. Primeiro colocou-se duas varas apoiadas nas margens do arroio; na parte central dessas varas amarrou-se em ângulo reto com estas duas peças paralelas de uns 1,5 m que tinham sido inteiramente cobertas com plástico. Colocou-se uma estrutura formada pelas 4 peças preparadas amarrada numa ponta, formando os vértices laterais de uma pirâmide de 4 lados, deixando a estrutura horizontal entre os pares de pernas. Amarrou-se o ápice da pirâmide às longarinas horizontais acima descritas com cordas fortes, nos pontos de junção com as peças transversais, de modo que a ponte ficasse suspensa do topo da pirâmide. Dois corrimões foram amarrados a cerca de 1,5 metro de altura nas pernas da pirâmide. Todas as amarrações foram feitas com o nó de Milcíades utilizando cordonel de poliamida. Este nó fixa os bambus, que são roliços e desajeitados para isso, melhor que pregos e parafusos. Nessa noite, depois de uma aula do Gayo de como preparar brotos de bambu, eu falei sobre a importância da sabedoria na vida humana, e o Hércules, uma figura notável, mostrou um vídeo sobre uma construção alternativa da entidade de que ele faz parte, a eco-comunidade de Ajubaí, descrita no site www.ajubai.com. Na minha palestra, ressaltei o clima de paz e felicidade imprimido pelo casal Ney e Andrea ao instituto, que faz com que as pessoas desejem ali permanecer. Gostaria de trazer para o IPD Taipal o espírito de que é imbuído o Instituto Çarakura.

No dia 13, domingo, estando a estrutura toda pronta, a parte da manhã foi dedicada a cortar bambu em pedaços da ordem de metro e meio, para serem fixados sobre as quatro varas longitudinais da estrutura, a formarem o piso da ponte. Esta parte foi laboriosa, devido à grande quantidade de peças necessárias para cobrir o comprimento da ponte. Foram necessárias centenas de amarrações e todos tiveram a oportunidade de aprender o nó de Milcíades. O piso foi terminado depois que os certificados foram entregues, numa cerimônia simples, quando alguns participantes já tinham ido embora. Dezenas de mensageiros do vento tinham sido preparados, mas não deu tempo de dependurá-los no corrimão da ponte. Luan e alguns outros ficaram de completar o trabalho na segunda-feira. Esta oficina foi realmente proveitosa e satisfatória.










Os proprietários da Estância Harmonia, Nina e Jorge Rodrigues deram-me carona de Ratones até a rodoviária de Florianópolis.

Conforme prometi aos participantes da oficina, apresento abaixo uma lista incompleta de emails, tudo que consegui. Estou aguardando complementação dos dados do Instituto Çarakura, para completar a tabela neste blog.

Nelson Mikhail

nmikhailc@gmail.com

Alexandra Lima Demenighi

xanda_ld@hotmail.com

Hercules

deus16@hotmail.com

Fábio Souza Martinello

fabiomartinello@hotmail.com

Francys

francysluiz@yahoo.com.br

Bruno

brucaraujo@hotmail.com

João

jota_cam@hotmail.com

Luiz Gustavo

logosheart777@gmail.com

Rodolfo

roz1n@hotmail.com

Jorge Luiz Rodrigues

estanciaharmonia@yahoo.com.br

Maria Cristina C. M. Rodrigues

estanciaharmonia@yahoo.com.br

Moara Posser

moaposser@hotmail.com

Clovis Canzi

ccanzi2010@bol.com.br

Daniel

danlc2008@yahoo.com.br


Mario Miyojim
IPD Taipal - presidente